Por marcozero Compartilhe Compartilhe Viagem Quito, a capital do mundo mais perto do sol 1233 visualizações0 Ela poderia ser uma grande cidade latino-americana como tantas outras, mas Quito, a capital do Equador, apresenta várias particularidades, seja por suas características geográficas ou por peculiaridades culturais.A cidade está localizada exatamente na metade do planeta Terra —o país recebeu justamente este nome por conta disso. Equador deriva da palavra aequare, que significa igual: é o local onde passa uma linha imaginária que divide o planeta em duas porções iguais e também o meridiano mais próximo do sol. Metade do mundoNa capital equatoriana há um local dedicado para ressaltar o ponto zero do planeta. No Centro del Mundo há um grande monumento marcando a latitude 0°0’0’’, o ponto exato que separa os hemisférios norte e sul.Este grande parque abriga também a Ciudad Mitad del Mundo – réplica de uma antiga cidade colonial equatoriana; um planetário com apresentações diárias; e o Monumento Ecuatorial, uma espécie de pirâmide quadrangular que tem seus lados voltados para os quatro pontos cardiais. DCIM100GOPROGOPR1542. Também abriga a sede da Unasur, a Comunidade Sul-Americana de Nações, que é uma organização composta pelos 12 países da da América do Sul. Criada em 2008 para debater soluções para problemas comuns às nações do continente, a entidade foi esvaziada e hoje sequer tem um líder. Restou o imponente e vazio edifício no local. Altitude e vulcõesQuito está a 2800 metros acima do nível do mar e é rodeada por vulcões — alguns em plena atividade, como o Cotopaxi, que volta e meia obriga os aviões mudarem suas rotas originais. Cidade Capital históricaConstruída em 1534 em um vale estreito sobre uma antiga cidade inca, Quito possui um centro histórico diverso e bem preservado (é tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco desde 1978).Suas construções registram influências da espanholas, árabes, italianas e pré-colombianas, uma mistura que alguns especialistas denominam de “barroco de Quito”. Bem no coração do centro histórico está a Plaza de La Independência, onde estão localizados os principais edifícios da cidade: o Palácio de Carondelet, onde trabalha o presidente, a Catedral Metropolitana, a sede da Prefeitura e o o Hotel Plaza Grande. Outro destaque do centro histórico é a Basílica del Voto Nacional. Construída em estilo gótico e neogótico, levou mais de cem anos para ser concluída. Uma de suas particularidades é trazer esculturas de iguanas e tartarugas-gigantes de Galápagos representadas como gárgulas. A Igreja e o Convento de São Francisco estão entre as atrações mais visitadas de Quito. O complexo religioso, que ocupa dois quarteirões, levou 69 anos para ser concluído (1536 a 1605). La Ronda é uma rua que concentra galerias, cafés e lojas de artesanato. Fica na Calle Morales, entre as ruas Guayaquil e García Moreno. Numa das extremidades do centro histórico está El Panecillo, que está a 3 mil metros acima do nível e serve como mirante com vista privilegiada da cidade. Hoje há um monumento em homenagem a Virgem Maria, mas antes da invasão espanhola o lugar se chamava Shungoloma (“colina do coração”, em quéchua, o idioma dos indígenas) e abrigava um templo dedicado ao Sol. Quito foi a segunda cidade em importância para os incas. Dólar equatorianoDesde 2000, quando o país sofria profunda crise econômica, o dólar americano é a moeda oficial do Equador. Circulam pelo comércio notas e moedas de dólar confeccionadas nos Estados Unidos, mas há também moedas de centavos de dólar cunhadas no Equador. O visitante que fique atento: estas moedas de centavos equatorianos só valem no Equador, fora do país são meros suvenires. No fim de 1999, o governo do então presidente congelou todos os depósitos bancários dos equatorianos e estabeleceu a dolarização da economia: cada US$ 1 dólar equivaleria a 5 mil sucres (a moeda até então). No entanto, quando os depósitos foram liberados, em 2000, para comprar um dólar o equatoriano deveria que pagar 25 mil sucres —em resumo, o dinheiro valia apenas 20% do que havia sido depositado. Outra particularidade da dolarização da economia equatoriana é que muitas pessoas acreditarem que a indígena que aparece na moeda de um dólar é uma nativa equatoriana. Eles acreditam que se trata de uma índia inca, pois é um costuma secular carregar os filhos como ilustra a imagem na moeda. Mas na verdade, a moeda foi cunhada em 2000 no Estados Unidos, para homenagear a população indígena americana por meio da heroína Sacagawea, da tribo dos Shoshone, que, no século 18, ajudou desbravadores brancos nos Estados de Idaho e Louisiana. Chapéu que não é do PanamáUtilizado por várias celebridades, o chapéu de palha elegante e resistente acabou sendo conhecido como Panamá, mas na verdade é um artigo genuinamente equatoriano. O chapéu é feito com palha da planta toquilla, uma espécie que cresce quase que exclusivamente em território equatoriano e cuja técnica de confecção (trama fechada) é uma especialidade dos moradores das cidades de Cuenca e Montecristi. Os chapéus são produzidos há mais de 1000 anos, por índios Incas. Feitos manualmente, de forma inteiramente artesanal, podem levar de 2 dias a 6 meses para ficarem prontos, dependendo do chapéu. Mas por que Panamá?Durante a construção do Canal do Panamá, na América Central, vários dos operários vieram justamente do Equador e trouxeram consigo seus típicos chapéus feito com toquilla. Por serem extremamente eficazes para se proteger do sol, ele passou a ser usado por trabalhadores de outros países. O nome Panamá se popularizou mundo afora após o então presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, fez uma visita às obras do Canal, em 1906, e apareceu nas capas dos jornais americanos com o chapéu do… Panamá! Desde 2012, o chapéu de toquilla é considerado pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Compartilhe
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