Favela sobre palafitas
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Coronavírus revela problemas crônicos escondidos embaixo do tapete

A epidemia do Covid-19 atinge o Brasil de maneira especial porque, na marra, explicita problemas históricos que a grande maioria da população desconhecia —ou sabia e não se importava. Relaciono alguns exemplos mais gritantes, mas a lista éser imensa:

falta de  água


Falta de água- Uma das principais recomendações das autoridades de saúde é lavar as mãos, higienizar os ambientes, limpeza geral. Mas no Brasil, 35 milhões de pessoas (cerca de 16% da população) não têm acesso a água tratada. Na região Norte, os sem-água são 43% dos moradores. No Nordeste, há comunidades em que as pessoas precisam caminhar mais de 3 horas para conseguir água, e sem tratamento.

Favela sobre palafitas

Submoradias- Como é possível evitar a concentração de pessoas nos aglomerados subnormais (nome técnico para designar favelas, cortiços e outras moradias degradantes)? Dados do IBGE indicam que, em 2010, havia 11,4 milhões de pessoas morando nestas condições, sendo que a média do número de habitantes por cômodo era de 2,24. E mais: o espaçamento entre a residência de uma família e a de outra é praticamente nenhuma.

hiértensão

Doenças crônicas- Entre as pessoas com mais risco de terem complicações estão as que apresentam comorbidades, isto é, doenças crônicas que fazem agravar a violência do Covid-19. Hipertensão, diabetes e colesterol. No Brasil, 35% da população tem pressão alta (e metade não sabe), 12,5 milhões de brasileiros (7%) são diabéticos e 40% dos adultos têm colesterol alto (e outros 11% nunca fizeram exame para saber se possuem ou não).

Todas estas doenças são causadas ou agravadas por maus hábitos (alimentação ruim, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas). Além da falta de consciência pessoal, revela também a falta de investimentos na saúde preventiva: impedir que as pessoas fiquem doentes.

Má gestão empresarial- O colapso da economia é iminente, mas para uma parcela dos empresários brasileiros ele já ocorreu imediatamente. Os motivos? Falta de planejamento, problemas na gestão, confusão das finanças da empresa com as pessoais. A crise do novo coronavírus evidenciou que muitos empresários estavam, literalmente, vendendo o almoço para comprar a janta.

Analfabetismo funcional- A divulgação de Fake News e a emissão de opiniões que conflitam frontalmente com evidências científicas mostram que boa parte dos brasileiros não possui a capacidade de desenvolver raciocínios lógicos e apresenta dificuldade de entende o que lê, vê ou ouve. Diferente do que possa se imaginar, o analfabetismo funcional não atinge apenas as parcelas mais pobres da população, que não tiveram acesso a uma educação de qualidade ou refeições com poder nutricional suficiente para desenvolver as regiões do cérebro responsáveis pela capacidade cognitiva. A ignorância atinge também pessoas de camadas mais privilegiadas, que tiveram conforto e segurança para desenvolver sua atividade intelectual, mas desperdiçaram esta oportunidade.

Sistema carcerário- Ao ficarem confinadas em casa, as pessoas tiveram uma ideia, ainda que remota, do que significa a privação da liberdade. Imagine a situação a situação dos presos no sistema carcerário. Evidente que quem cometeu erros deve pagá-los, conforme prevê a legislação. Mas é possível algum tipo de reabilitação em unidades prisionais completamente degradantes. Não há pena de morte ou prisão perpétua no Brasil, uma hora o preso será liberto. Como voltará às ruas?

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