Por marcozero Compartilhe Compartilhe Viagem Galápagos, o elo perdido com o início da vida no planeta Conheça Galápagos, arquipélago rico em animais e plantas exóticas, muitas extintas, que inspirou Charles Darwin a escrever “A Origem das espécies” 1298 visualizações0 Um arquipélago longínquo habitado por tartarugas gigantes, iguanas que mais parecem dragões e aves de patas e bicos com formas e cores extremamente originais. Vulcões, túneis cavados com lava vulcânica, florestas, vegetações peculiares, lagos. As Ilhas Galápagos são uma conexão direta com o passado do planeta, pois uma série de circunstâncias fizeram com que fossem preservadas muitas das características presentes milhares de anos atrás. Conhecer Galápagos é fazer um encontro com o Elo Perdido do planeta. Foi durante sua jornada às Ilhas Galápagos que o cientista Charles Darwin fez observações que embasaram a sua Teoria da Evolução, sacramentada no livro “A origem das espécies” — logo ele, um homem tão religioso, descobriu que a crença em Adão e Eva não fazia o menor sentido, diante do que a generosa natureza presente no arquipélago revelava. Galápagos converteu Darwin à ciênciaEm 1831, partiu da Inglaterra o navio Beagle, que tinha como missão mapear a costa do continente sul-americano e atualizar as cartas náuticas britânicas. Darwin foi junto, com o propósito de coletar e catalogar espécimes vegetais, pequenos animais e minerais. Passou pelo Brasil (se escandalizou ao testemunhar a venda de escravos no Rio de Janeiro), a Patagônia argentina e o litoral do Chile, até finalmente chegar a Galápagos, arquipélago a 965 quilômetros da costa do Equador. Na Patagônia, Darwin já havia ficado intrigado com a enorme semelhança entre dois tipos de emas, apesar de tamanhos completamente distintos: uma muito grande e outra minúscula. Assim, ele intuiu que cada espécie tinha um ancestral comum e ia modificando suas características para melhor se adaptar ao ambiente. Já em Galápagos, ele viu as diferenças nos formatos dos bicos de diversas espécies de aves, de acordo com a ilha onde elas habitavam. O pesquisador percebeu que as características dos bicos estavam diretamente relacionados com o tipo de comida disponível na localidade. Charles Darwin concluiu que só conseguiram sobreviver as aves cujo formato do bico (longo, em formato de pinça, largo) permitia se alimentar (sementes, insetos, frutas, folhas, larvas). Darwin também ficou surpreso com a distribuição das tartarugas gigantes pelo arquipélago. Em locais onde havia pouca vegetação rasteira e plantas com folhagens mais altas, prevalecia a presença de tartarugas com pescoços muito longos. O cientista percebeu, então, que existia um processo de seleção natural: apenas os indivíduos mais aptos sobreviveriam. A observação das iguanas reforçou esta crença: em locais onde predominavam rochas escuras prevaleciam as iguanas de couro escuro; em locais com mais vegetação, as iguanas malhadas, com tons que se confundiam com as folhagens. Antes de Galápagos, Charles Darwin era um criacionista, isto é, acreditava que o ser humano vinha de Eva e Adão. Mas suas observações o levaram a outras conclusões. O cientista viveu um drama interno e só publicou “A origem das espécies” em 1859, 23 anos depois de voltar à Inglaterra —e só o fez após saber que um colega seu, Alfred Russel Wallace, publicaria uma obra com teses semelhantes às suas. Revolucionário, o livro de Darwin causou grande polêmica, principalmente entre os setores mais religiosos, que não admitiam a ideia de que homens e macacos teriam o mesmo ancestral. Natureza congeladaCerca de 90% dos répteis, 50% das aves, 32% das plantas, 25% dos peixes e 46% dos insetos são de espécies endêmicas, isto é, só existem em Galápagos. Mas por que o arquipélago reúne animais e vegetais tão diferentes de outros locais e também entre si? O arquipélago é um tipo de encruzilhada de diversas correntes marítimas, que acabaram transportando as mais variadas espécies —elas mesmas nadando, sobre grandes blocos de gelo ou verdadeiras balsas (ilhas flutuantes) de vegetação. Da Antártica e do extremo sul do Chile, a Corrente de Humboldt; do norte, acima da Linha do Equador, a Corrente do Panamá; e do oeste, vindas de partes mais distantes do Oceano Pacífico, a Corrente de Cromwell. Por estarem a quase mil quilômetros da costa, as ilhas de Galápagos ficaram séculos sem sofrer interferência da vida humana. Além disso, por estarem isoladas (longe do continente e uma ilha distante da outra) as diversas espécies ficaram livres do ataque de predadores naturais e puderam se multiplicar. Velho conhecidoGalápagos já era bem conhecido muito antes da chegada de Darwin. O primeiro registro cartográfico do arquipélago data de 1570, onde no mapa concebido por Gerardus Mercator e Abraham Ortelius ele aparece como “Insulae de los Galopegos” (Ilha das Tartarugas). O arquipélago foi usado como base de apoio por piratas como Francis Drake, contratado pelo governo britânico para pilhar embarcações espanholas repletas de metais preciosos. No fim do século 18, o arquipélago foi muito frequentado por baleeiros, que exterminavam milhares destes gigantes mamíferos marinhos em busca de óleo. Também caçavam tartarugas e focas, o que quase levou à extinção destas espécies. No início do século 20, por volta de 1920, as ilhas Floreana, San Cristóbal e Santa Cruz foram colonizadas por noruegueses, que se dedicaram à pesca e indústria de conservas. Na metade do século 20, foram instaladas colônias penais. A última funcionou até 1959 e hoje é um ponto turístico. SAIBA MAIS SOBRE GALÁPAGOS: Santa Cruz abriga espécies ancestrais San Cristóbal reúne as praias mais bonitas de Galápagos Maior ilha de Galápagos, Isabela possui vulcões ativos Um convite do Sebastião para uma doce viagem Compartilhe
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