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Conheça o traçado do túnel Santos-Guarujá sob o canal do porto

O túnel sob o canal do Porto ligando Santos a Guarujá terá uma entrada na área próxima à Capitania dos Portos (Macuco), e a saída em Vicente de Carvalho, abaixo do chamado Linhão (torres das linhas elétricas), ambas embocaduras em áreas federais.

Orçada em R$ 5,8 bilhões, a obra será custeada por recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e também com verbas da Autoridade Portuária de Santos (APS).

A previsão é que o edital para a concorrência pública deve ser lançado no primeiro trimestre de 2024. A estimativa é que as obras levem 44 meses para serem concluídas.

O túnel terá 860 metros de extensão e poderá ser acessado por veículos de passeio, motos, ônibus, caminhões, bicicletas, pedestres e também o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

O túnel terá pedágio para veículos, e a intenção é garantir que o preço seja o mesmo que é cobrado pela balsa —hoje de R$ 6,20 para motos, R$ 12,30 para carros e até R$ 98,60 para caminhões. O projeto também prevê uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e ciclovia.

O diretor-presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini, acredita que a construção do túnel ligando Santos a Guarujá representará “a abertura de uma avenida expressa, sem semáforos”, para o tráfego de navios que entram e saem do Porto de Santos.

“Cerca de 70 mil pessoas cruzam diariamente o canal entre Santos e Guarujá por dia. Temos uma grande avenida preparada para receber navios de 200 países. O desafio é liberar essa avenida retirando os semáforos, facilitando a vida dos profissionais, em especial dos práticos”, afirma.

O túnel também vai agilizar o tráfego de navios no canal do Porto de Santos, já que o número de travessias por balsas entre Santos e Guarujá, na Ponta da Praia, deve ser reduzido em 70%.

Também vai facilitar o tráfego de caminhões entre as duas margens. Um caminhão que rodaria cerca de 40 quilômetros, gerando gases e transtorno, em três minuto ele chegaria a seu destino. Com o túnel, será possível reduzir em 53% a emissão de CO2 gerado pelos veículos.

“Serão cerca de 72 mil toneladas por ano a menos de Co2 emitidos”, revela Pomini.

Atualmente, cerca de 10 mil caminhões circulam entre as duas margens todos os dias.

Traçado evita desapropriações

Desde que começou a ser concebido, o projeto já teve diversos traçados. Os locais das desembocaduras, tanto no lado de Santos quanto no de Guarujá, foram definidos de modo a evitar o máximo possível de desapropriações. Em Santos, a desembocadura do túnel será em terreno pertencente à Capitania dos Portos; em Guarujá, será na área onde está instalada uma linha de transmissão elétrica (o chamado Linhão), que abastece o Porto de Santos. Nos arredores desta torre, há um núcleo habitacional subnormal (favela), com cerca de 1,3 mil famílias. O projeto prevê a transferência destas pessoas para conjuntos habitacionais. Outra mudança é que a ligação elétrica hoje aérea será embutida, acompanhando o traçado do túnel.

Impulso a atividades retroportuárias

O diretor de Desenvolvimento da Autoridade Portuário, Eduardo Luistoza, complementou que o túnel impulsionará o desenvolvimento das atividades retroportuárias em Guarujá. Na marginal da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, nós temos 5 milhões de metros quadrados de área e inclusive a possibilidade de um porto fluvial. Então vamos abrigar os transportadores que são os grandes usuários e os que mais sofrem. É aí que vamos crescer naturalmente.

Frente Parlamentar

Uma Frente Parlamentar Mista foi criada para acompanhar a implementação do túnel. “Temos um meio de transporte ultrapassado entre as cidades, e nós sabemos da importância de um trajeto menor tanto para as pessoas quanto para os caminhões que fazem o transporte de cargas para o Porto de Santos. Por isso devemos deixar as divergências políticas de lado e focar no que é realmente importante para a população”, afirmou o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), criador e presidente da iniciativa no Congresso Nacional.

O prefeito de Santos, Rogério Santos, destaca a importância do projeto. “Acompanhei, em 2011, a criação da Frente Parlamentar na esfera Estadual, quando o Paulo ainda era deputado no Estado, e afirmo que, se não fosse essa iniciativa lá atrás, hoje não teríamos projeto executivo e nem licenças ambientais. É um projeto que nasceu há muito tempo e que se aproxima da realização graças à atuação desse importante articulador entre governos”, lembrou o prefeito de Santos, Rogério Santos.

O objetivo do grupo é acelerar as tratativas do projeto do túnel, recentemente incluído no Programa de Aceleração e Crescimento (PAC), do Governo Federal, e que será realizado em parceria com a esfera Estadual, por meio do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP), que deve garantir a construção por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).

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