Edmar Camata
Política

O apoio ao governo Lula e a deletização do passado

O comportamento do delegado Edmar Camata, indicado para ser o comandante da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo Lula, é emblemático e deve ser exemplar para o que vai acontecer no Brasil a partir de 1º de janeiro.

Camata não escondia de ninguém que apoiava o lavajatismo e fazia questão de postar fotografias ao lado de figuras como o procurador Deltan Dalagnon, o coordenador da operação que levou Lula para a prisão durante 580 dias.

Confirmado no principal cargo da PRF pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, Edmar Camata deletou todas as mensagens do passado — as fotos, elogios, juras de amor a Deltan, Sergio Moro e companhia. E criou uma nova conta no Twitter, como se sinalizasse: “Esqueçam o que falei! Vida nova, sou outra pessoa!”

E é justamente isso o que vai acontecer a milhares de pessoas que, por anos, principalmente  durante a campanha eleitoral, raivosamente criticaram Lula, o PT, comunistas etc etc etc, ao mesmo tempo em que apoiavam ou, no mínimo, faziam vistas grossas aos descalabros impostos pelo bolsonarismo.

Deletização do passado

A grande maioria dos que defenderam Bolsonaro simplesmente vão abandoná-lo. Vão atravessar a rua para não cumprimentá-lo ou fingir que não o viram. Renegarão o que falaram e fizeram. Deletarão o passado, como fez Edmar Camata.

Engana-se quem pensa que Jair Bolsonaro será o líder da direita, da oposição ao governo Lula. O presidente que deixa o cargo dia 31 de janeiro, pela porta dos fundos do Palácio do Planalto, terá que se preocupar mais em se defender nos centenas de processos judiciais aos quais responde.

E, como não existe vácuo de poder, a posição de líder do conservadorismo brasileiro será ocupado por um político como Tarcísio Gomes de Freitas, que assume o cargo de governador do estado mais poderosos da nação. Não à toa, na cerimônia de diplomação, foi chamado de… “mito”.

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