Política

Oportunistas de sempre pegam carona na crise entre Lula e governo de Israel

Seria apenas ridículo, se não fosse também trágico, o oportunismo politiqueiro de algumas lideranças da extrema-direita brasileira diante da crise entre o presidente Lula e o atual governo de Israel.

É bom frisar: a crise é com o governo comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e não os moradores do Estado de Israel e tampouco com os milhões de judeus espalhados pelo mundo.

É certo que Lula exagerou ao comparar as atrocidades praticadas sob o comando de Netanyahu. Também teria exagerado se tivesse comparado com o que aconteceu em Ruanda, em 1994, quando foram assassinadas cerca de 800 mil pessoas em pouco mais de três meses.

Aliás, chama a atenção que judeus radicais e oportunistas de outras religiões parecem querer deter uma espécie de “monopólio da dor”, como se apenas o sofrimento do povo da Estrela de David importasse.

O presidente Lula errou ao se esquecer que este tipo de comparação poderia ser usado pelos falsários intelectuais de sempre.

Estas pessoas estelionatárias políticas estão por toda parte, superfaturando a importância de palavras mal empregadas e se esquecendo, deliberadamente, do verdadeiro foco da questão: os brutais assassinatos palestinos.

Desde que Israel iniciou o seu “direito de reagir” aos ataques terroristas do Hamas, foram quase 30 mil assassinatos — cerca de 40% de crianças, outros 30% são mulheres e idosos. Terrorista, mesmo, quase nenhum.

E mais: sob o comando de Benjamin Netanyahu, o Estado de Israel destrói cidades, infraestrutura da Palestina, corta o fornecimento de água e barra o suprimento de comida. Táticas para eliminar o povo palestino da Faixa de Gaza. Local onde, por essas coincidências da vida, descobriu-se uma rica reserva de gás natural.

Portanto, é fundamental ficar alerta para os incendiários de sempre, que gastam energia (e muitas vezes recursos públicos) para turbinar pedidos de impeachment que, eles sabem, têm zero chance de prosperar.

É desonesto usar o sofrimento de judeus e palestinos para praticar a forma mais rasa e repugnante de política. Cabe a cada um de nós ficar atentos e não cair nestas armadilhas demagógicas.

A charge de Nando Motta é genial e resume com precisão a reação do governo Natanyahu à declaração de Lula

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