Copacabana
Viagem

Copacabana transborda belezas naturais e manifestações de fé

Copacabana é o último ponto da Bolívia. Alguém vai argumentar que pode ser “o primeiro”, dependendo de onde a pessoa está procedendo.

Eu prefiro imaginar que é o “último”, supondo uma fantástica viagem por este país andino, que reúne gratas surpresas como o mágico Salar de Uyuni, os sítios arqueológicos seculares, as porções amazônicas (que inclui a famigerada “Rodovia da Morte”) e a capital La Paz, uma cidade repleta de particularidades, contrastes e paradoxos. Assim, para mim, conhecer Copacabana é uma espécie de um gran finalle de uma viagem fantástica e, ao mesmo tempo, um cerimônia de transição para um país mais impressionante ainda, o Peru.

Copacabana está localizada às margens do Lago Titicaca, a cerca de 150 quilômetros da capital La Paz —trajeto que de ônibus é percorrido em aproximadamente 3h30.

Para se chegar a Copacabana é preciso atravessar, por balsa, um estreito que divide os povoados de San Pablo de Tiquina e San Pedro de Tiquina. O ônibus para, seus ocupantes descem e vão em outra embarcação, pois a balsa não suporta o peso do coletivo com os passageiros dentro. Assim que chega na outra margem, o visitante é saudado por uma estátua de Manco Kapac, que seria o primeiro inca, fundador da cidade de Cuzco —a mais importante do Peru no período pré-colombiano.

Manco Kapac
Copacabana

Em Copacabana, uma diminuta cidade com pouco mais de 15 mil habitantes, chama a atenção a bela Basílica de Nossa Senhora de Copacabana e a baía — principalmente se vista de cima, do alto do Monte do Calvário (Cerro El Calvario).

Princesinha do Titicaca
Não é mera coincidência a cidade ter o mesmo nome que a praia mais famosa do Rio de Janeiro. Na verdade, a praia carioca foi batizada justamente por conta de Nossa Senhora de Copacabana. Há diversas explicações: uma diz que comerciantes cariocas levaram uma réplica da imagem da Santa para Rio após visitar a cidade boliviana; outra diz que uma estátua da santa teria sido encontrada na praia; e uma terceira diz que, diante de uma tempestade, marinheiros teriam rezado para Nossa Senhora de Copacabana e, assim, conseguiram chegar ao Rio vivos.

Apesar de ser uma santa católica, Copacabana está repleta de sincretismos. O local onde hoje está a igreja já era usado pra rituais xamânicos antes da chegada dos espanhóis.

Era cultuado “Qopaqhawana”, um ídolo da cultura quecha — a expressão significaria “olhando para o lago”. Como estratégia de colonização, os espanhóis se apropriaram do culto à divindade e difundiram na população local a crença em Nossa Senhora de Copacabana, inclusive confeccionando imagens da Virgem Maria com traços indígenas.

Em frente à igreja, tornou-se tradição os bolivianos levarem seus carros, decorados com flores, para serem benzidos. No final, espocam um espumante e jogam sobre o veículo.

Outro local imperdível, o Morro do Calvário oferece uma bela vista da cidade — fica a 4,2 mil metros acima do nível do mar.
No início da escadaria, uma senhora lia a sorte de uma menina em folhas de coca. A preocupação da moça? O sucesso em sua vida amorosa.

Após uma subida por degraus irregulares (vários comprimentos, alturas e estados de conservação), chega-se ao alto do morro, que possui 14 totens com cruzes em cima, cada uma representando uma passagem da Via Crucis de Jesus Cristo.

Copacabana

Lá de cima, uma visão privilegiada em 360 graus. A baía com dezenas de embarcações fundeadas, a pequena cidade e sua igreja, lavouras, o imponente largo e, bem ao fundo, a silhueta da Cordilheira dos Andes.

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Copacabana
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