Abin alerta coronavírus
Coronavírus

Abin alertou Bolsonaro para os riscos de não fazer isolamento social

Documento sigiloso pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e entregue ao presidente Jair Bolsonaro alerta para as consequências de não se realizar o isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus no Brasil.

Preparado por pessoas da mais absoluta confiança de Bolsonaro, o estudo indica que o número de casos da doença pode ser superior a 200 mil pessoas e o número de mortes 5.571.

Os agentes do serviço de inteligência brasileiro analisaram os dados oficiais da pendemia no Brasil e os compararam com os de outros países, e traçaram cenários, de acordo com a decisão tomada.

Abin alerta Bolsonaro
Cenário menos trágico apontado pela Abin

Se o Brasil decidir pelo isolamento social, como preconizam todas as autoridades de saúde e adotadas por praticamente todas as nações do mundo, o número de casos do Covid-19 até 6 de abril chegaria a 71.735, com 2.062 mortes. Os autores do estudo chegaram a este número considerando a curva de evolução do novo coronavírus ocorrida na França e na Alemanha —países que adotaram medidas sanitárias rigorosas e consideradas como exemplares.

Abin alerta coronavírus
Cenário mais grave apontado pela Abin

Se o Brasil não adotar o isolamento social, como defende o presidente Bolsonaro e alguns empresários, o número de casos do Covid-19 até 6 de abril chegaria a 207.435, com 5.571 mortes (quase o triplo). Os autores do estudo chegaram a este número considerando a curva de evolução do novo coronavírus ocorrida na no Irã, Itália e China—países que não adotaram medidas sanitárias eficazes e enfrentam um colapso no sistema de saúde.
O documento foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro no dia 23 de março, antes, portanto, do pronunciamento feito na noite de 24 de março, quando criticou a estratégia de isolamento social e classificou o Covid-19 como uma “gripezinha”.
O relatório da Abin 015/2020 foi revelado em primeira mão pelo site The Intercept Brasil.

ANÁLISE

Bolsonaro age por estupidez ou canalhice


O documento da Abin revela uma situação extremamente preocupante: se Jair Bolsonaro foi alertado para os riscos de não se adotar o isolamento social e ainda assim não mudou de opinião, significa que ele tem uma dificuldade enorme de entender situações graves. Ele já tinha informações de especialistas em saúde de todo o mundo, sabia das decisões tomadas em diversas outras nações, e estava ciente das orientações de seu próprio Ministério da Saúde.


Se Bolsonaro entendeu perfeitamente o quadro que lhe foi apresentado e ainda assim não recuou de posicionamento, demonstra um absoluto desprezo pelas vidas humanas que vão ser perdidas, considera o número de mortes “aceitável”, a pretexto de não prejudicar a atividade econômica do país.

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