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Tapa na cara do brasileiro

Em um momento delicado para a saúde financeira do país, com o governo federal em busca desesperada de alternativas para reduzir o déficit público, o Congresso Nacional aprovou na quarta-feir um aumento no número de deputados federais, de 513 para 531. É um verdadeiro tapa na cara do pagador de impostos, uma medida inaceitável, que revela total desprezo pela responsabilidade fiscal e pelas prioridades da nação.

A justificativa para tal expansão é pífia diante do cenário atual. Cada novo deputado representa não apenas um salário adicional, mas toda uma estrutura de gabinete, verbas de custeio e benefícios que pesam diretamente sobre os cofres públicos. Em vez de dar o exemplo de austeridade e colaboração para superarmos a crise, o Poder Legislativo opta por expandir seus próprios privilégios.

Esta decisão é ainda mais revoltante quando observamos a crescente e preocupante invasão do Poder Legislativo sobre as atribuições do Executivo. O aumento das verbas das emendas parlamentares transformou o orçamento em um balcão de negócios, onde prioridades nacionais são frequentemente preteridas em detrimento de interesses paroquiais. O famigerado orçamento secreto é a prova cabal dessa disfunção, uma aberração que desvia recursos públicos sem transparência ou controle, corrompendo a lógica democrática e minando a capacidade do Executivo de planejar e executar políticas públicas de forma eficiente.

Essa usurpação de poder e de recursos não é um problema exclusivo do atual governo. Trata-se de uma anomalia institucional que compromete a governabilidade de qualquer ocupante da Presidência da República. A fragilização do Executivo em favor de um Legislativo que se torna cada vez mais autônomo em suas despesas e menos transparente em suas ações cria um ambiente de instabilidade e ineficiência que prejudica a todos.

É fundamental que a sociedade brasileira se levante contra essa irresponsabilidade fiscal e esse desvirtuamento do papel do Legislativo. Exigir transparência, responsabilidade e um compromisso real com o interesse público é o mínimo que se espera de nossos representantes. O momento é de cortes, sacrifícios e priorização do bem-estar coletivo, e não de privilégios e expansão de gastos em benefício próprio. A aprovação desse aumento de deputados é um erro crasso que precisa ser revisto e combatido com veemência.

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